San Andrés – O Caribe que cabe no seu bolso: hospedagem, transporte, gastronomia, passeios e tudo mais o que você precisa saber.
Quando se pensa em praias do caribe logo vem à cabeça águas cristalinas e areia branca, mas também vem a ideia de resort all incluse, luxo, ou seja, destinos poucos acessíveis? A primeira afirmação é verdadeira, mas a segunda não precisa ser. Em San Andrés você vai encontrar tudo o que imagina de um destino caribenho, porem podendo fazer uma viagem de baixo custo ao estilo mochilão. Vamos contar nossa experiência para mostrar como é possível. Passamos 4 noites na ilha, que não nos permitiu fazer tudo o que o local oferece, mas que foram suficientes para aproveitar e conhecer bastante.
A ilha de San Andrés é a maior das ilhas do arquipélago San Andrés, com 26 km², que conta também com as ilhas Providencia e Santa Catalina (as quais não tivemos a oportunidade de conhecer). Apesar de ser território colombiano, está localizada na América Central, 775 km distante, o país mais próximo é a Nicarágua, 191 km.
Voos, taxa de manutenção ambiental e informações importante para chegar a ilha
Todos os voos que chegam a ilha partem da Colômbia. Nosso voo saiu de Medellin e fomos com a low coast Viva Colombia, o que nos fez economizar cerca de mil reais em cada ticket apenas neste trecho (cada passagem custou cerca de 200 reais por pessoa). Aqui falamos mais sobre a cia aérea e a nossa experiência. É possível comprar voos saindo do Brasil com destino final San Andres, não é difícil encontrar boas promoções.
Para entrar no arquipélago é preciso pagar uma taxa de manutenção ambiental, que custou, em janeiro de 2016, $ 50.000 pesos (cerca de R$ 75 na cotação da época). É necessário pagar ainda no aeroporto de origem, já que é preciso apresentar para embarcar na aeronave. No aeroporto de Medellin havia um guichê na área de embarque para pagar a taxa, acredito que no demais aeroportos é da mesma forma.
Uma informação importante: brasileiros podem viajar apenas com o RG para os países da América do Sul, para os demais é necessário passaporte. Porém, apesar de San Andrés estar fisicamente na América Central, NÃO é necessário passaporte, já que seu território pertence a uma país localizado na América do Sul.
O aeroporto de San Andrés é uma atração à parte. A pista vai praticamente de uma ponta a outra da ilha, mas mesmo assim dá a impressão que a aeronave começa a taxiar na água, de tão próximo que chega. Para sair do aeroporto nós contratamos o transfer da pousada que ficamos, que para nossa surpresa, era um carrinho de golfe, então não se assuste se isso acontecer com você. Carros são quase inexistentes na ilha (ao contrário das motos), logo não é fácil conseguir taxi. O que não é problema já que dá para fazer praticamente tudo caminhando.
Diferente do restante do país, a língua oficial não é o espanhol mas o inglês crioulo, uma mistura de inglês com espanhol. Mas não se preocupe, todos os atendentes se dirigem aos turistas em espanhol
Onde se hospedar
Apesar da ilha possuir 26 km², tudo se concentra em poucas ruas. Os principais hotéis, restaurantes, casas de câmbio, lojas e saídas para os passeios estão localizados na chamada North End, que é também onde está a principal praia da ilha. No mapa está região está assinalada de vermelho, procure uma hospedagem o mais próximo desta área ou da Calle 1, avenida beira mar.
Na ilha você vai encontrar basicamente dois tipos de hospedagem: grandes hotéis, muitos com praias particulares e all incluse, ou as chamadas posadas nativas, ou seja, casas de nativos que foram transformados em pousadas. Nós optamos, é claro, pela segunda opção, além de economizar, é possível ver como vivem os habitantes de ilha.
Nossa escolha foi pelo Hostal Mom Mariela. Os pontos positivos: baixo custo, o ar condicionado indispensável para suportar o calor da ilha, a limpeza impecável do local, e sem dúvida, o atendimento maravilhoso dos irmãos que gerenciam, com certeza fez toda a diferença. Pontos negativos: a água salobra do banheiro, mas isso não é exclusividade da pousada já a ilha enfrenta um problema gravíssimo de água potável, que é proveniente apenas da chuva escassa, de poços artesianos que capturam essa água salobra e de poucos caminhões que vem do continente para abastecer. Para nós o principal problema foi a distância da área comercial, cerca de 20 min caminhando. O hostal fica atrás do aeroporto, um pouco distante da área demarcada do mapa. Em outras circunstancias a distância seria normal, mas com o calor que fazia na ilha, a caminhada era muito difícil.
Recomendamos pela estrutura e atendimento mas deixamos a ressalva da distância.Onde comer
A culinária nos surpreendeu positivamente, de todos os lugares que passamos da Colômbia sem dúvida essa foi a de melhor qualidade e ainda com preços acessíveis.
CafeCafé: Um dos mais conhecidos da ilha. Possui diversos tipos de pratos à la carte, drinks, petiscos e pizza. Comemos uma pizza de frango com champignon maravilhosa. Os preços são bastante acessíveis, o único inconveniente é as vezes não ser possível conseguir mesas. Se chegar cedo, isso não será problema.
Don Anibal Restaurante Col-Mex: Uma das grandes surpresas. Localizado em frente ao CafeCafe, serve comida mexicana e pizza. Posso dizer sem exageros que foi uma das melhores comidas mexicana que já comemos. Pedimos um prato de nachos e um de burritos, que para duas pessoas foi mais do que suficiente. Os preços também são acessíveis, apenas o atendimento foi um pouco lento. Mas quem tem presa em um lugar assim?
Presto: Rede de fast food colombiana ao estilo Mc Donalds/Burger King. Está localizada na Calle 1 de frente para o mar. Já tínhamos comido em Medellin e havíamos gostado. Em San Andres o cardápio é o mesmo porem os preços são mais caros. Recomendado para quem está com presa ou não abre mão de um fast food.
Padaria: Pode parecer um pouco vaga a descrição, mas não poderia faltar. Não deixe, sobre hipótese alguma, de ir na padaria que fica na Avenida 20 de Julio, ao lado da praça com Informações Turísticas. Não existe informações na internet e o prédio sequer tem uma fachada com o nome. Lá você vai encontrar o melhor suco de laranja do mundo, sem falar nos pães recheados com queijo que custam não mais que $2.000 (R$ 3,00). Era nossa opção no café da manhã e também para o final de tarde.
Além das opções que falamos, vocês irão encontrar a conhecida rede de hambúrgueres El Coral, Subway, Juan Veldez Café, além dos diversos restaurantes dos hotéis na avenida principal. E para quem quer comer onde comem os moradores da ilha, é só se afastar do centro, existem muitas opções. Se você for nos passeios para as ilhas ao redor, como Johnny Cay ou Aquário, não se preocupe, nesses lugares existem opções incrivelmente boas (e baratas). Se você quiser cozinhar, não tem problema. Há diversos pequenos mercados pela ilha e um de grande porte na praça central.
O que fazer
Ao andar pela ilha você será abordado insistentemente pelos vendedores oferecendo todos os tipos de passeios. Não saia fechando negócio logo de cara, pesquise bastante, e se possível, vá até os postos de informações turísticas e indique quais passeios deseja fazer, assim iram lhe indicar como comprar direto com os barqueiros ou das cooperativas, sem intermediário, logo saindo mais barato.
Spratt Bight: Essa é principal praia. Localizada em frente a Calle 1, vai de uma ponta a outra da ilha. Reserve ao menos meio dia para passear por ela. Se busca um lugar mais sossegado para o banho, vá em direção ao aeroporto, agora se busca água mais cristalina, vá na direção do CafeCafé.
Volta na ilha: Uma das principais atrações é dar a volta na ilha. Pode ser de carrinho de golfe, de mula (um carrinho um pouco maior e mais rápido do que o de golfe), de moto, de ônibus turístico, etc... Após pesquisarmos bastante o aluguel de carro de golfe e mulas, estávamos quase desistindo, já que o preço estava girando em torno de $120.000 a $150.000 pesos (algo como R$ 180 e R$ 225 reais). Foi então que descobrimos que o dono da pousada (Hostal Mom Mariela) fazia esse passeio guiado, e então, acabamos fechando com ele por $60.000 pesos meio dia. Foi ótimo, ele nos mostrou os principais pontos e nos tirou das roubadas (como o Museu e a Caverna do Pirata Morgan). Paramos nos seguintes lugares:
- Hoyo Soprador: Trata-se de uma fenda natural que quando as ondas passam por baixo joga água ou ar, dependendo da altura da maré. O lugar é interessante, tem um visual bonito. Não é necessário pagar entrada, apenas pedem que seja consumida alguma coisa no bar. Recomendamos muito o Coco Fresa, uma bebida não alcoólica de coco com morangos. Amamos! Além do bar, existem lojas de lembranças e artigos de praia. Vale a parada!
- Playa San Luiz: Umas das praias com maior faixa de areia depois da Spratt Bight, possui alguns hotéis em frente e quiosques na areia. Esta é a praia mais próxima da região mais residencial de San Andres.
- Rock Cay e Aqua Beach Club: Essa foi uma dica do nosso guia. A Rock Cay é uma praia famosa por ter na frente uma pequena ilhota onde se pode ir caminhado. Também é possível ver um barco naufragado. A diferença foi o Aqua Beach Club, que possui uma entrada discreta, que dificilmente sozinhos veríamos. É um restaurante com serviço de praia, muitas cadeiras na sombra e guarda-sóis. Não é preciso pagar nada para utilizar, apenas consumir no restaurante. Se você quer passar um típico dia de praia, esse sem dúvida é o melhor local da ilha. Quando fomos estava vazio, parecia uma praia particular com estrutura de hotel refinado.
- Mirador (Cocoplum Beach Hotel): Para encerrar fomos ao ponto mais alto da ilha. O mirador fica no Cocoplum Beach Hotel. Não estranhe o local, o hotel tem aspecto de abandonado mas vale a pena. Quando chegamos não havia ninguém na recepção, após esperarmos uns instantes, nos cobraram $2.000 (R$ 2,50) por pessoa e nos indicaram uma escada. No último andar está o mirante, que é fechado mas possui grandes janelas.
Algumas locais que não paramos: La piscinita e West View, áreas próprias para fazer snorkel com profundidade de cerca de 4 metros. Ficou faltando também o Jardim Botânico. A título de curiosidade, o guia nos indicou a antiga mansão de Pablo Escobar, hoje uma grande área em ruinas pertencente ao Estado.
Aquário e Johnny Cay: Reserve um dia para conhecer estes dois lugares. É possível fazer os dois juntos ou separados. Fizemos no mesmo passeios e recomendamos desta forma, foi tempo suficiente para aproveitar-los. Em janeiro de 2016 o passeio custou cerca de $20.000 (R$ 25,00) por pessoa. Nós compramos diretamente na Cooperativa de Transportes Marítimos de San Andrés. Uma casa amarela que fica nas areias da praia principal, fácil de encontrar.
- Aquário: É um banco de arreia natural que fica no meio do mar, próximo a ilha de San Andrés. Os barcos saem de um pequeno porto em frente a Cooperativa de Transportes Marítimos. À primeira vista os barcos assustam um pouco, já que são pequenas embarcações que levam o máximo possível de pessoas. A viagem não é muito agradável, o barco “pula” sobre as ondas e é preciso se segurar firme o tempo todo. Até o aquário a viagem não dura mais do que 15 (longos) minutos.
Chegando lá, todos pulam do barco e são orientados a deixar seus pertences em um guarda-volumes. Um conselho, leve sacolas impermeáveis porque irá molhar muito durante a viagem e os guarda-volumes não são mais do que sacolas na areia. Custa cerca de $5.000 pesos e não tivemos problemas.
Se você tiver sapato para andar na água, snorkel, GoPro ou proteção para tirar foto com celular embaixo d’agua, leve! Não é por menos que o lugar se chama aquário. A água é cristalina e é possível ver vários cardumes passando. Muitos barcos saem para este passeio, por isso o local fica lotado, como se pode ver na foto acima, mas nada que atrapalhe muito, é só ficar atento principalmente na hora de ir embora para não perder a embarcação. É possível caminhando pela água ou de pedalinho até uma outra ilha que fica ao lado. Nós não fomos, ficamos ali aproveitando aquela água maravilhosa. Após cerca de 2h o barqueiro chama para seguir viagem até Johnny Cay.
-Johnny Cay: Após mais alguns minutos (tensos) chega-se a ilha de Johnny Cay. Que é aquela ilhazinha que fica em frente à praia principal de San Andres. Nesta hora já é hora do almoço. Uma pessoa, que trabalha em um dos vários restaurantes, já está aguardando o barco para oferecer comida, alugueis de cadeira e guarda-sol, etc. Mesmo parecendo pega turista, nós almoçamos no primeiro que nos ofereceram. Não nos arrependemos nenhum pouco! Recomendamos fazer o mesmo porque não se vê muita diferença entre os restaurantes. Tem várias opções de peixe, acompanhados de salada, arroz de coco e banana frita. Uma delícia! Ficamos nos questionando como é possível fazer uma comida tão boa em um lugar tão isolado do mundo e com tão poucos recursos. Os pratos custam entre $20.000 e 25.000 pesos por pessoa.
A ilha possui 1 Km², porem só a parte que fica de frente para San Andres é própria para banho, já que nas demais partes há muitas pedras. Por isso está parte fica lotada, quase sem espaço na areia. Se você quer mais sossego, é só caminhar um pouco que irá encontrar um lugar na sombra, onde irá dividir o espaço com as várias simpáticas iguanas da ilha.
Compras em San Andres/
San Andres é uma região de livre comércio, ou seja, os produtos não são tarifados com impostos. Sendo assim, além de um destino de praia, se tornou um destino para quem busca coisas baratas. Há diversas lojas na ilha, vendendo os mais diversos tipos de produtos. Como nosso objetivo nas viagens não é comprar, podemos passar poucas informações. O que vimos de uma forma geral, os eletrônicos não estavam baratos, os preços eram iguais ou até maiores que no Brasil. O que nos pareceu que valia a pena eram cosméticos, brinquedos, chocolates, ou seja, coisas valor pequeno. Quase tudo o que vendido lá é importado do Estados Unidos. As lojas ficam fechadas durante bom período do dia priorizando o atendimento a noite, quando as ruas ficam cheias de turistas.